As Dores do Crescimento das Pequenas Empresas

A fase de crescimento é sempre uma etapa dolorida no desenvolvimento humano. Nessa fase, quando saímos da infância para a adolescência, e depois para a idade adulta, existe um esforço descomunal do organismo em se esticar, aumentar a massa muscular, ganhar estatura. É comum que os jovens, nesta etapa, sintam dores nas juntas, ocasionadas pelo alongamento dos ossos, do crescimento dos músculos e dos nervos.

Faço hoje uma analogia desse crescimento com o crescimento de uma Organização. Depois de alguns anos, quando a empresa começa a tomar corpo (de 2 a 5 anos), chega o momento em que o empreendedor, empresário precisa tomar uma importante decisão para dar impulso ao crescimento.

A empresa precisa evoluir de um modelo em que as atividades, feitas até então de maneira manual ou mesmo informal, devem evoluir outro formato, onde processos precisam ser estruturados, as atividades e decisões precisam ser  profissionalizadas, para acompanhar a velocidade da nova dinâmica do negócio, e isso, passa a ser um desafio.

Em nossa jornada de acompanhamento e desenvolvimento de nossos alunos e clientes, nos deparamos com questionamentos quanto ao método de trabalho, modelo de gestão, divisão de tarefas, necessidade de maior nível de cobrança e comprometimento das equipes.

Um dos maiores entraves do empreendedor nesse momento é dar um salto nas relações de trabalho que, até então eram muito próximas, um ambiente de “família”, para um novo momento, mais profissional, onde as entregas, o compromisso com os resultados passa a falar mais alto do que as relações de afeto e isso precisa ser muito bem separado para que a empresa possa seguir sua jornada de crescimento, sem grandes conflitos (naturalmente eles vão acontecer).

É um momento de muito questionamento pelo empresário, empreendedor e é muito importante que tenha a consciência da necessidade dessa passagem e as formas de poder seguir com seu plano. Aqui vão alguns passos importantes:

1.   Faça um Diagnóstico – desenvolver um diagnóstico empresarial a respeito dos processos, sobre como são tomadas de decisões, sobre os papéis e responsabilidades desempenhados nas funções-chave, sobre pontos de controle, métricas de desempenho e métodos, necessários para acompanhamento do desenvolvimento do negócio;

2.  Adequações dos Processos – ajustar as atividades e processos desenvolvidos para as atividades, estabelecendo parâmetros, padrões de controle, indicadores de desempenho e de entregas de cada função.

3.   Analise o perfil, competências e habilidades – Promover uma avaliação do perfil dos colaboradores que exercem as funções-chave da empresa, entendendo quais são as necessidades de formação, competências e comportamento necessários para desenvolver determinada função comparadas ao perfil atual da pessoa;

4.   Adequação de Perfil ao Posto – Estabelecer uma análise de aderência entre os colaboradores avaliados e as necessidades mapeadas;

5.   Plano de Desenvolvimento – Desenvolver um plano de desenvolvimento, relocação/ adequação de funções com base na avaliação.

6.   Adequar a estrutura e as atividades – promova a mudança de estrutura que atenda as novas necessidades do negócio, colocando as pessoas certas nas posições certas.

7.   Plano de Comunicação – Estabelecer um plano de comunicação claro, orientado pelas metas estratégicas da empresa, envolvendo e engajando todos no novo cenário

8.   Colocar o Plano em Marcha – Implementar um plano de reorganização da estrutura da empresa para o novo cenário.

9.   Governança – tenha claro que tudo pode ser questionado e é necessário que haja um modelo de governança com pessoas-chave que vão garantir a transição do modelo atual para o novo.

10. Modelo de Gestão implemente as práticas de gestão dos resultados mais adequadas para seu negócio, a fim de acompanhar os resultados operacionais e financeiros.

11.   Quebre a ponte de madeira – não faça nada até que esteja convicto que seja o melhor caminho, mas, depois de tomada a decisão, não volte atrás.

Importante nesse processo é a transparência, a melhor forma de garantir que as pessoas entendam, de maneira clara os por quês, os planos e direção que a empresa pretende tomar.

Esteja certo que a profissionalização da empresa para novos saltos de crescimento passa por profissionalizar as relações e as atividades.

Quanto mais objetiva é a forma de gestão, orientada pela tarefa e entregas e indicadores, ao invés de comportamentos e relações mais dinâmica e mais produtiva se torna a empresa.

Como todo processo de crescimento, é doloroso, mas no final vale a pena. Você precisa tomar a consciência de onde deseja chegar com o seu negócio e tomar as decisões necessárias para que isso aconteça.

Firmeza de propósito, responsabilidade e ação!

Fazer toda essa transformação internamente é mais complexo em função de tudo o que já foi exposto aqui, e o apoio de uma consultoria pode fazer a diferença, distensionar o processo tornar essa transição menos dolorosa e mais produtiva.

Pense nisso!

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